Na tarde desta quinta-feira, 10 de agosto, William Bonner fez uma rara aparição pública. Não é comum vê-lo em locais do tipo, devido a ameaças que sofreu nos últimos dois períodos eleitorais. Então, a novidade chamou a atenção de um paparazzo que estava de plantão, além de alguns passantes que também se espantaram com a presença do editor-chefe do “Jornal Nacional”.

No “Conversa com Bial”, em 2020, o jornalista revelou que sair de casa se tornou uma preocupação em 2018, no período em que Jair Bolsonaro e Fernando Haddad concorriam as eleições presidenciais. Os ataques a ele e a outros profissionais da imprensa se intensificaram tanto, que achou mais seguro evitar aparições públicas.
“A polarização política chegou a um ponto em que a minha presença em determinados locais públicos, como farmácias, livrarias, ou mesmo na rua, era motivadora de tensões”, declarou.

AMEAÇA
Bonner contou ainda que chegou a ser insultado por uma mulher dentro de uma padaria. O caso aconteceu na Lagoa Rodrigo de Freitas, região de classe alta da zona sul do Rio de Janeiro.
“Em uma manhã de sábado, dentro de uma padaria no bairro da Lagoa, fui agredido verbalmente, insultado e desafiado por uma cidadã embriagada que se viu no direito de fazer isso a um palmo e meio de distância do meu rosto”, revelou.
Em seguida, o âncora do JN deu mais detalhes: “Foi constrangedor para as pessoas no local e para mim. Eu me senti culpado por incomodar, com aquela situação, quem estava comendo um simples pão na chapa”.
QUARENTENA
A rara aparição de William Bonner faz sentido, porque foge do seu hábito em ficar em casa. Na mesma entrevista com Pedro Bial, ele disse que tanto pessoas de direita quanto de esquerda o atacavam. Então, ao longo dos anos, se tornou algo de diferentes grupos políticos.
“A minha quarentena começou já no último ano eleitoral. Tem gente hoje me aplaudindo que dois, três anos atrás estava me xingando. E pessoas que hoje estão me xingando, dois, três anos atrás estavam me aplaudindo. Esses são os tempos que vivemos”, lembrou.